Terno de Reis
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
REFORMA DO TELHADO DA IGREJA DE SÃO FRANCISCO NO LARGO DA FEIRINHA EM JEQUIÉ-BA
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
TRAGÉDIA NO RIO DE JANEIRO
Veja novas fotos da tragédia do Rio de Janeiro
Trabalho de remoção de destroços e busca por vítimas em meio aos destroços provocados pela chuva na localidade de Campo Grande, bairro da Posse, em Teresópolis. Foto: Agência Estado.
Voluntários se unem na Cruz Vermelha no centro do Rio de Janeiro para ajudar às vítimas das chuvas na região serrana do estado. Foto: Agência Estado
Morador passa diante de carro soterrado por lama em Nova Friburgo, no domingo (16). Foto: France Presse
Os deslizamentos de terra que atingiram cidades serranas no Rio de Janeiro na semana passada ainda afetam profundamente as vidas de moradores da área. O número de mortos não para de subir.
Equipes de resgate, com apoio de tropas das Forças Armadas, continuam a buscar por vítimas nos escombros deixados por soterramentos e deslizamentos de terra e as autoridades agora se preocupam também com a possibilidade de propagação de doenças o que pode agravar ainda mais a tragédia, uma das maiores da história do Brasil.
De acordo com a previsão do tempo, há possibilidade de mais chuva na região nesta segunda-feira, especialmente em Teresópolis. Nos próximos dias, de acordo com previsão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é alta a probabilidade de chover em Nova Friburgo e Teresópolis, as duas mais cidades mais afetadas pela tragédia
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
CURRAL NOVO EM JEQUIÉ/BA
A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CURRAL NOVO
Nos idos de 1910, Curral Novo possuía um comércio afortunado e diversificado. Ali a criação de gado vacum , caprino e lanígero era bastante desenvolvida, além de plantações de feijão , mandioca, melancia, abóbora e de outros produtos da região cobriam a vasta e fértil margem do Rio de Contas.
O seu cartão postal continua sendo a Pedra do Curral Novo, onde a muitos anos o Coronel Leonel Ribeiro, pai do consagrado poeta Pacífico Ribeiro, mandou construir uma capela, que emprestava ao local uma visão encantadora e de mística contemplação nos mistérios da fé, que são impenetráveis a razão humana. Infelizmente a fuga dos fundamentos da religiosidade permitiu o desabamento de tão simbólica manifestação da presença de Deus.
O capitão Silvino foi o grande mandatário do Curral Novo. As balsas e canoas utilizadas na travessia do Rio de Contas lhe pertenciam, bem como o primeiro veiculo motorizado a chegar à localidade, importado diretamente da America do Norte, em 1928.
Os primeiros professores do lugarejo foram Ramiro de Oliveira Martins e Maria Amélia, apelidada de Santa. Ali, as crianças aprendiam a ler ouvindo os tiroteios entre os capangas de Capitão Silvino e dos seus adversários.
Em 1917, o reduto foi atacado pela jagunçada inimiga e em
Àquela época pessoas completava 90 anos sem conhecer a capital do estado, pois a viagem, além de longa e exaustiva, era realizada a cavalo, trem de ferro e navio. As casas comerciais ficavam localizadas onde atualmente foi construída a quadra poliesportiva.
Geralmente, quando o Capitão Silvino ia à sua fazenda, seu carro voltava trazendo os sinais das balas das repetições das essências dos seus inimigos, que em 1929, mandaram arrasar sua residência.
A contenda começou quando fazendeiros e posseiros de Duas Lagoas, Serra Pelada e Monte Branco procuraram o Capitão Silvino para pedir proteção conta aqueles que, pouco a pouco, se apossavam das terras que lhes pertenciam.
Então o Capitão Silvino, compreendendo que não poderia tomar, sem amparo da lei, decisão sobre o assunto de tamanha gravidade, foi à Salvador a fim de contratar dois advogados, Armonsé Portela e Ulisses Plácido que, tratando a questão pelos canais competentes, embargaram a medição dos terrenos cobiçados pelos que pretendiam apoderar-se deles.
Depois do julgamento proferido pelo Juiz, favorável aos querelantes que estavam sobre a proteção do Capitão Silvino, este declarou guerra sem quartel ao Coronel Tranquilino José de Souza, um dos mais temíveis chefes de baraço e cutelo do interior baiano.
Certa feita, estando o Capitão Silvino na capital do estado, seus opositores, na calada da noite, atacaram o Curral Novo, havendo combate até as quatro horas da manhã. Depois da retirada, os bandidos acamparam nas imediações do bairro do Jequiezinho com o propósito de matarem o Capitão Silvino.
O Capitão só não caiu na cilada que a jagunçada armou, porque os italianos lhe telegrafaram avisando que não saltasse na estação de Jequié, pois havia uma emboscada para matá-lo.
Sendo o Coronel Ramiro Tourinho um dos homens mais respeitáveis daquela época, saltou do trem na Fazenda Santa Rosa, indo ao encontro do seu amigo, e ao lombo do burro seguiram os dois em direção a Jequié, escapando de três emboscadas. Houve um confronto armado e as marcas das balas ficaram nas paredes do prédio da estação de Jequié.
Por volta de uma hora da madrugada os capangas do Capitão expulsaram os seus inimigos da cidade. Após a façanha, retornaram ao reduto que representa uma página da história do cangaço, cuja fama vive dos feitos de nossos antepassados.
Por Romildo Costa e Natalia em 1989 com colaboração de Wilson Novaes
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
TERNO DE REIS - UMA ARTÉRIA DA NOSSA CULTURA POPULAR
FOLIA DE REIS
O reisado, trazido pelos portugueses, é uma tradição popular que remonta o período colonial brasileiro, com influência das três etnias que formaram o Brasil: o negro, o índio e branco. Seus instrumentos, os tambores, caixas, zabumbas e flautas, formam um ritmo que simboliza a tradição musical criada e desenvolvida por esses povos. Depois que os grupos fazem as visitas às casas no mês anterior, em 6 janeiro é comemorado o dia do Terno de Reis, data especial para se lembrar e reforçar essa expressão da cultura popular. Os nomes dos grupos (As Pastorinhas, Estrela do Oriente, Coração de Jesus, Mensageiro da Esperança e etc.) demonstram a forte influência da religião católica e o respeito ao menino Jesus e aos Reis Magos, a quem muitos integrantes dos ternos pagam suas promessas organizando os grupos e divulgando a tradição.
Na tradição católica, a passagem bíblica
Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo; essas manifestações festivas estendiam-se até a data consagrada aos Reis Magos. Trata-se de uma tradição originária de Portugal que ganhou força especialmente no século XIX e mantem-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, dentre outros.
No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e da acordeon, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.
Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes se compõe também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais. Todos se organizam sob a liderança do Capitão da Folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.
As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.
É uma pena que nos tempos de hoje, falando especialmente de nossa cidade, ainda existe um descaso total com as culturas populares, não sendo oferecido o apoio e a dedicação necessária para que estas culturas sejam repassadas às gerações futuras garantindo a sobrevivência de nossa própria história. Eu chamo de ridículo o que é destinado de verbas ao desenvolvimento cultural e artístico pelo poder público, tendo em vista a importância da nossa cultura para a formação da identidade do nosso povo. É preciso ter mais respeito e dedicação para com as manifestações culturais e artísticas populares que, todavia, tem sido deixada em último plano, como se o investimento em cultura fosse prejuízo para os cofres públicos.
Romildo Costa