Terno de Reis

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A tradição do Terno de Reis faz parte da cultura de nossa região, do nosso povo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CURRAL NOVO EM JEQUIÉ/BA

Vista da Pedra do Curral Novo

A VERDADEIRA HISTÓRIA DO CURRAL NOVO

Nos idos de 1910, Curral Novo possuía um comércio afortunado e diversificado. Ali a criação de gado vacum , caprino e lanígero era bastante desenvolvida, além de plantações de feijão , mandioca, melancia, abóbora e de outros produtos da região cobriam a vasta e fértil margem do Rio de Contas.

O seu cartão postal continua sendo a Pedra do Curral Novo, onde a muitos anos o Coronel Leonel Ribeiro, pai do consagrado poeta Pacífico Ribeiro, mandou construir uma capela, que emprestava ao local uma visão encantadora e de mística contemplação nos mistérios da fé, que são impenetráveis a razão humana. Infelizmente a fuga dos fundamentos da religiosidade permitiu o desabamento de tão simbólica manifestação da presença de Deus.

O capitão Silvino foi o grande mandatário do Curral Novo. As balsas e canoas utilizadas na travessia do Rio de Contas lhe pertenciam, bem como o primeiro veiculo motorizado a chegar à localidade, importado diretamente da America do Norte, em 1928.

Os primeiros professores do lugarejo foram Ramiro de Oliveira Martins e Maria Amélia, apelidada de Santa. Ali, as crianças aprendiam a ler ouvindo os tiroteios entre os capangas de Capitão Silvino e dos seus adversários.

Em 1917, o reduto foi atacado pela jagunçada inimiga e em 1914 a grande enchente inundou o arraial, ficando em pé apenas duas casas, pertencentes ao Sr. Názaro e a D. Munique, ambos falecidos.

Àquela época pessoas completava 90 anos sem conhecer a capital do estado, pois a viagem, além de longa e exaustiva, era realizada a cavalo, trem de ferro e navio. As casas comerciais ficavam localizadas onde atualmente foi construída a quadra poliesportiva.

Geralmente, quando o Capitão Silvino ia à sua fazenda, seu carro voltava trazendo os sinais das balas das repetições das essências dos seus inimigos, que em 1929, mandaram arrasar sua residência.

A contenda começou quando fazendeiros e posseiros de Duas Lagoas, Serra Pelada e Monte Branco procuraram o Capitão Silvino para pedir proteção conta aqueles que, pouco a pouco, se apossavam das terras que lhes pertenciam.

Então o Capitão Silvino, compreendendo que não poderia tomar, sem amparo da lei, decisão sobre o assunto de tamanha gravidade, foi à Salvador a fim de contratar dois advogados, Armonsé Portela e Ulisses Plácido que, tratando a questão pelos canais competentes, embargaram a medição dos terrenos cobiçados pelos que pretendiam apoderar-se deles.

Depois do julgamento proferido pelo Juiz, favorável aos querelantes que estavam sobre a proteção do Capitão Silvino, este declarou guerra sem quartel ao Coronel Tranquilino José de Souza, um dos mais temíveis chefes de baraço e cutelo do interior baiano.

Certa feita, estando o Capitão Silvino na capital do estado, seus opositores, na calada da noite, atacaram o Curral Novo, havendo combate até as quatro horas da manhã. Depois da retirada, os bandidos acamparam nas imediações do bairro do Jequiezinho com o propósito de matarem o Capitão Silvino.

O Capitão só não caiu na cilada que a jagunçada armou, porque os italianos lhe telegrafaram avisando que não saltasse na estação de Jequié, pois havia uma emboscada para matá-lo.

Sendo o Coronel Ramiro Tourinho um dos homens mais respeitáveis daquela época, saltou do trem na Fazenda Santa Rosa, indo ao encontro do seu amigo, e ao lombo do burro seguiram os dois em direção a Jequié, escapando de três emboscadas. Houve um confronto armado e as marcas das balas ficaram nas paredes do prédio da estação de Jequié.

Por volta de uma hora da madrugada os capangas do Capitão expulsaram os seus inimigos da cidade. Após a façanha, retornaram ao reduto que representa uma página da história do cangaço, cuja fama vive dos feitos de nossos antepassados.

Por Romildo Costa e Natalia em 1989 com colaboração de Wilson Novaes

4 comentários:

  1. Olá.
    Me chamo Palmeiron Andrade e faço parte da Cia de Teatro CANDEEIRO ENCANTADO. Sou estudante do curso de Teatro da UESB e estamos montando um espetáculo teatral incluindo algumas informações históricas de Jequié. Foi de muita importância esta postagem de vocês. Qual é a origem dessas afirmações que estão na página?

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    1. Olá Palmeiron, agradecemos de forma especial sua visita em nossa página. Com relação a fonte da publicação em questão, foi o resultado de pesquisa dos Professores Romildo Costa e Natália Andrade com moradores do Bairro Curral Novo, durante um projeto denominado "Recriança" realizado pela Prefeituta Municipal de Jequié no ano de 1992, naquela localidade.

      Cordialmente: Romildo Costa

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